O professor do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Ricardo Cordeiro, apresentou na última sexta-feira (11) os dados da pesquisa “Trabalho, violência e morte em Campinas”. Dados do estudo divulgados, preliminarmente, apontam o total de 82 mortes no ambiente de trabalho, em 2015, em Campinas. Deste total de óbitos, 25 foram assassinatos.
O estudo foi realizado a partir da análise de 415 declarações de óbitos e de entrevistas com familiares, amigos e colegas de trabalho dos falecidos. A apresentação ocorreu dentro da programação do Saúde Coletiva ao Meio-Dia, no anfiteatro do próprio Departamento.
De acordo com Cordeiro, o acidente de trabalho é o maior agravo à saúde dos trabalhadores brasileiros. Segundo o pesquisador da FCM, em 2013 o Ministério da Previdência e Assistência Social registrou mais de 700 mil acidentes de trabalho Brasil e, dentre esses, quase três mil mortes. Entretanto, ressalta Cordeiro, esses dados são, notoriamente, subnotificados.
“Eu, pessoalmente, estimo que para cada acidente de trabalho registrado, existam 10 outros não registrados. Então, podemos estimar que, em 2013, tivemos 30 mil óbitos de acidente de trabalho no Brasil. O acidente de trabalho é um evento evitável. Então, eram 30 mil mortes evitáveis”, disse Ricardo.