Informações gerais
Definição
É uma doença do pulmão, caracterizada por crises de falta de ar (dispnéia), sibilos e tosse, causada por diferentes agentes existentes nos locais de trabalho. Ocorre uma obstrução reversível das vias aéreas causada pela exposição a inalantes gasosos ou particulados. Os sintomas, em geral, decorrem de estreitamento excessivo das vias aéreas produzido por espasmos da sua própria musculatura.
Causas, incidência e fatores de risco
Até o presente têm sido descritos mais de 250 agentes que causam asma ocupacional, destacando-se as poeiras de madeiras, poeiras de grãos, pelos de animais, fungos e, certas substâncias químicas, especialmente os gases irritantes (cloro ou amônia) e os isocianatos. Os isocianatos são largamente usados na indústria e são responsáveis pela forma mais comum da doença. São usados em fundição de metais, composição de substâncias plásticas e em tintas e vernizes. A exposição ocupacional aos agentes causadores de asma é mais importante entre os trabalhadores da indústria plástica, metalúrgica, de medicamentos e de detergentes, nas padarias, moinhos, granjas e silos de grãos, laboratoristas, carpinteiros, entre outros. Estima-se que a asma ocupacional represente até 20 por cento de todos os casos de asma nos países industrializados.
Sintomas
Em geral, os sintomas da asma ocupacional aparecem logo depois da exposição ao agente causal (alergeno) e com freqüência melhoram ou desaparecem quando o trabalhador se afasta do ambiente de trabalho. Alguns trabalhadores podem experimentar um inicio tardio dos sintomas que surgem até doze horas após a exposição ao agente. Os sintomas pioram a medida que a semana de trabalho progride e melhoram durante o fim de semana ou nas férias.
Falta de ar (dispnéia)
Sibilos (sibilância)
Tosse crônica
Aperto no peito (desconforto)
Exames utilizados no diagnóstico
História clínica e ocupacional
Espirometria
Radiografia de tórax
Medidas de pico de fluxo expiratório
Testes de provocação brônquica
Testes alérgicos específicos (cutâneos e sorológicos)
Tratamento
O diagnóstico precoce e a remoção da exposição são fatores importantes para se conseguir a recuperação completa do paciente. No tratamento da asma ocupacional, os objetivos principais são eliminar a exposição ao agente causal e melhorar os sintomas respiratórios com o uso de medicamentos broncodilatadores, incluindo os inaladores e os nebulizadores manuais. Em alguns casos, os sintomas podem persistir apesar da remoção da fonte de exposição. Em geral, os resultados para os trabalhadores que sofrem asma são bons, mas os sintomas podem persistir durante anos, mesmo depois de eliminar a exposição ao agente causal no local de trabalho.
Prevenção
O objetivo principal na asma ocupacional é a prevenção. Higiene ambiental tal como melhor ventilação ou processos de isolamento podem contribuir para melhoria ambiental. Uma vez que se determine a causa, o essencial é evitar futuras exposições do trabalhador ao agente causal (alergeno). O ideal é minimizar até eliminar a contaminação do local de trabalho, através da adoção de medidas de proteção coletiva. Quando as medidas de proteção coletiva não são viáveis, ou enquanto estão sendo implantadas, devem ser usadas os protetores respiratórios (respiradores). O uso de equipamentos de proteção individual é importante e tem seu emprego em alguns casos. A educação do trabalhador sobre os efeitos na saúde, acerca da exposição no ambiente de trabalho e como minimizá-los têm grande importância também.
Medidas de proteção coletiva: exemplos
Substituição de matérias primas patogênicas por outras menos tóxicas,
Enclausuramento total ou parcial do processo;
Exaustão localizada ou geral;
Ventilação local ou geral e umidificação do ambiente com lavagem constante do piso.
Protetores respiratórios (respiradores)
Os protetores respiratórios podem ser classificados em dois tipos básicos:
aparelhos purificadores (máscara a filtro): estrutura facial dotada de um ou mais filtros específicos para poeiras ou substâncias químicas, e
aparelhos de isolamento: usados em ambientes pobres em oxigênio (teor menor que 18% de volume) ou em ambientes contaminados a altas concentrações. Podem ser autônomos (cilindros de ar ou oxigênio) ou de adução de ar (bomba manual ou motorizada).
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